CADÁVERES TAMBÉM SÃO ARTE
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Dentro de uma série de prédios sem placas, centenas de trabalhadores chineses, alguns postos em fila, limpam, cortam, dissecam, protegem e “reprojetam” cadáveres humanos, preparando-os para o mercado da exposição do museu internacional.
“Tire a capa, tire a capa!”, diz um gerente chinês enquanto uma equipe de trabalhadores começa a erguer uma manta da cabeça de um cadáver dentro de um container de aço inoxidável repleto de formalina, substância química de conservação. “Vamos dar uma olhada no rosto; mostrem o rosto”.
O organizador por trás desta operação é o dr. Gunther von Hagens, cientista alemão de 61 anos de idade cujo show, “Body Worlds”, já atraiu 20 milhões de pessoas de todo o mundo durante a última década e já arrecadou US$200 milhões com a exposição de cadáveres humanos protegidos e sem pele com seus bem-definidos músculos e tecidos nervosos.
Mas agora, com milhões de pessoas querendo assistir a “Body Worlds” e a exposições parecidas, uma nova e apavorante mini-indústria alternativa surgiu na China.
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Com certo vacilo do governo, uma mão-de-obra barata e abundante nas escolas de medicina, bem como o fácil acesso a cadáveres e órgãos – que parecem vir principalmente da China e da Europa – pelo menos 10 outras fábricas de corpos foram abertas na China nos últimos anos. Essas empresas regularmente atendem a pedidos de exposições, enviando cadáveres preservados ao Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos.
A violenta concorrência entre produtores de exposições de corpos levou a acusações de roubo de direitos autorais, concorrência desleal e ao tráfico de drogas dentro de corpos humanos num país com reputação de permitir o próspero mercado dentro de órgãos e outras partes do corpo.
Divulgação![]() Gunther exibe os corpos em diversas posições |
Especialistas afirmam que as exposições com corpos preservados estão, atualmente, entre as atrações mais populares em museus americanos de ciências e de história natural. As mostras estiveram presentes nos maiores museus de Chicago, Houston e Los Angeles.
“Há exposições que fazem muito sucesso”, disse Robert West, que acompanha exposições em museus para a Informal Learning Experiences, empresa de consultoria de Washington. “Nunca vimos qualquer coisa parecida com isso desde o surgimento dos dinossauros robotizados, na década de 80”.
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